novembro 5

Um Jardim para dizer Adeus

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E se fosse possível tornar a partida do seu companheirinho canino menos dolorosa? homenagear a sua verdadeira essência, celebrar a sua vida de uma forma simples e bela?

Foi com isso em mente que as irmãs Pâmela e Rafaella decidiram criar um jardim no local onde o seu amado maltês Shizo foi enterrado, depois que uma doença cardíaca o fez partir aos 11 anos de idade. Elas dizem que ele foi um cão muito especial, porque não tinha limites para amar. Ele trazia alegria por onde passava, e elas não queriam que a sua ausência fosse sentida de uma forma ruim, mesmo sabendo da falta que fará em suas vidas daqui para frente.

E foi assim, um mês e meio depois da partida de Shizo, que nasceu o “Jardim do Shizo”: um cantinho lindo e acolhedor, com uma floreira de madeira, vasos de barro, flores, e uma plaquinha que não deixa passar despercebido o amor por aquele que partiu. O jardim demorou um pouco para ficar pronto porque a família desejava que a sua montagem fosse um processo prazeroso e bonito. Pâmela disse ao Meu Cão Velhinho que, “como esse processo envolveu toda a nossa família, tornou-se menos doloroso lidar com a perda dele, até mesmo porque esperamos para fazê-lo somente no momento em que o desespero pela perda dele havia se amenizado”.

Jardim do Shizo

Digno de homenagens, Shizo definitivamente foi um cãozinho muito amado. Ele entrou para a vida das suas mamães Pâmela e Rafaella em 2004, por um acaso do destino: o pai das meninas tinha uma agropecuária, e certa vez três filhotes de maltês foram entregues a ele como pagamento de uma dívida. Dois deles foram adotados por amigos da família, enquanto o terceiro – o Shizo – chegou para ficar.

As suas tutoras o descrevem como um cachorro “muito louquinho e feliz”, mas que não destruía as coisas dentro de casa. Por outro lado, ele fazia xixi pela casa toda: “a nossa rotina se resumia a procurar xixi dentro de casa e limpar tudo antes que a nossa mãe visse”, recordam. Quando jovem, o cãozinho costumava dormir numa peça no fundo da casa, mas, conforme a velhice foi chegando, ele se tornou cada vez mais próximo das meninas> nos últimos quatro anos, passou a dormir sempre com elas. Grande companheiro, Shizo ficou ao lado de Pâmela durante a intensa rotina de estudos da graduação e na preparação para a prova da OAB. Para comemorar a formatura, ela fez questão de levá-lo à sessão de fotos no estúdio junto com a turma toda! “A impressão que tenho é a de que ele deixou tudo pronto para que eu seguisse em frente”, conta a tutora.

Shizo - formatura

A cardiopatia de Shizo foi descoberta três anos antes da sua morte, quando ele começou a apresentar uma tosse engasgada. Alguns veterinários chegaram a sugerir pneumonia, e propor um tratamento com antibióticos, mas, após alguns exames, foi constatado o aumento no coração e na pressão sanguínea do cãozinho. Após algum tempo, ele começou a ter dores nas articulações, e precisou receber medicamentos para isso também. Os seus últimos dias foram muito difíceis para todos, pois as suas tutoras sabiam que ele as deixaria em breve. Pâmela afirma que “vê-lo ficar mais frágil, cansado e contido era triste, mas ao mesmo tempo recompensador, pois conviver com um cão idoso nos ensinou muito sobre a vida, sobre as pessoas e sobre o amor. Ele definitivamente despertou o nosso melhor”.

Quando perguntamos às irmãs o que gostariam de dizer a ele hoje, se tivessem a oportunidade, a sua resposta foi tocante: “que ele foi o amor das nossas vidas, que o amamos incondicionalmente e sempre o amaremos. E esperamos, do fundo do coração, que tenhamos correspondido às expectativas que todo cão tem de encontrar um lar para chamar de seu e uma família para chamar de sua”. Nós temos certeza de que elas corresponderam sim!

Shizo 2


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  1. Muito lindo. Meu pai já tinha até escolhido o cantinho que seria o “jardim da Mila” na casa dele (embora não tenha pensado nesse nome tão fofo). Mas Deus quis que ele partisse antes dela. Hoje ela vive comigo e a casa dele está ocupada por inquilinos. Entretanto, nunca parei de pensar no que fazer “quando chegar a hora”; em honra dela e até mesmo da memória do meu pai, que em vida expressou sua intenção de não descartá-la de qualquer jeito após a morte. E aí eu leio essa reportagem. Nossa! Muito inspirador e encorajador. Como vivo em apartamento, talvez eu faça um jardim da Mila na varanda, com as suas cinzas. Não sei, vou pensar. Mas parabéns pela matéria. Ajuda os donos de seus velhinhos a se planejarem.

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