março 20

Artrose em Cães Idosos

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A artrite e a artrose (osteoartrite) são doenças muito comuns em cães, caracterizadas pela inflamação das articulações. A diferença entre as duas condições é que a artrite tende a ser mais aguda (de início súbito, rápido desenvolvimento) e frequentemente ligada a traumas e/ou infecções, enquanto a artrose é mais crônica (progressão lenta), sendo considerada um problema degenerativo que pode ser decorrente da própria artrite, de processos autoimunes, da sobrecarga articular, entre outros motivos.

A inflamação das articulações que ocorre em ambas as situações leva ao aumento da sensibilidade na região da(s) articulação(ões) atingida(s), aumento de volume e temperatura, perda da amplitude da movimentação, e dificuldade de locomoção relacionada principalmente à dor. Tanto a artrite quanto a artrose causam grande sofrimento ao animal, chegando a ser motivo suficiente para eutanásia em casos extremos.

O QUE CAUSA A ARTROSE?

A artrose decorrente de problemas de desenvolvimento é o problema articular mais comum entre cães, representando cerca de 70% dos atendimentos de pacientes com problemas articulares. Mais de 50% dos casos de artrose são observados em cães entre 8 e 13 anos de idade, sendo que 20% dos pacientes idosos apresentam algum tipo de problema nas articulações.

 

Casal de cães grandes

 

Um dos principais fatores predisponentes da artrose é o tamanho: 45% dos cães com artrite são de grande porte, sendo que 50% destes são de raças gigantes.  A obesidade e superalimentação de filhotes também têm sido bastante associadas aos casos de doenças ortopédicas em geral. Isto serve como alerta para aqueles que gostam de suplementar a alimentação de cães jovens com o objetivo de aumentar a massa muscular. Tutores de cães de raças pesadas, como Pit Bulls, American Staffordshire Terrier, entre outras, frequentemente suplementam a alimentação dos seus cães sem orientação veterinária especialmente enquanto eles ainda estão em desenvolvimento, visando a proporcionar um “porte mais bonito” aos seus animais. Inadvertidamente, estas pessoas causam uma sobrecarga nas articulações dos seus cães que frequentemente culmina com a degeneração destas (artrose).

Traumatismos, rupturas de ligamentos, e exercícios muito vigorosos ou de alto impacto também predispõem o cão à artrose. A correção cirúrgica de ligamentos rompidos, luxações, displasias, e outras condições semelhantes, pode retardar ou até mesmo impedir o processo degenerativo.

A maioria dos casos de artrose é secundária (causada por um problema anterior), sendo que um estudo feito com 150 cães apontou que apenas 20% dos animais possuíam artrose primária (“espontânea”). A idade média destes animais era de 9,6 anos, e o processo de envelhecimento foi considerado a causa da artrose primária.

COMO TRATAR?

A artrose é um processo irreversível; entretanto, ela pode ser tratada para que o sofrimento do animal diminua e a progressão se torne mais lenta. Uma vez diagnosticada a artrose, o primeiro passo para o controle da doença será o controle do peso. Animais obesos devem emagrecer, através de dieta e exercícios (os exercícios devem ser, logicamente, adaptados à condição do animal para que ele não sinta dor); se o cão estiver no “peso certo”, mantenha-o com uma dieta saudável para que não engorde.

O manejo da dor é de fundamental importância: o médico veterinário deverá prescrever uma medicação adequada minimizar o sofrimento, e permitir que o cão volte a se exercitar. Alguns suplementos alimentares, tais como a condroitina, glicosamina, e ácidos graxos do tipo ômega também têm se mostrado eficientes na redução da dor e da progressão da doença. Algumas rações específicas para cães idosos, e/ou de raças grandes, já vêm com estes ingredientes incorporados.

TEM COMO PREVENIR?

Como em qualquer outro caso, a prevenção é o melhor remédio. A prevenção está relacionada à contenção dos fatores predisponentes que já mencionamos acima, sendo a principal medida preventiva o controle do peso. Uma dieta bem equilibrada e na quantidade correta ajudarão o seu cão a manter um porte saudável. Se estiver com dificuldades para calcular a quantidade de alimentos para dar ao seu cão, ou for necessário fazê-lo emagrecer, consulte o seu médico veterinário. Além da dieta adequada, deve-se evitar o uso indiscriminado de suplementos proteicos. Estes suplementos são desenvolvidos para casos específicos de animais que estão subnutridos, ou de alta performance (cães atletas, de competição), não sendo recomendáveis para a maioria dos cães. Caso acredite que o seu cão se encaixa nestas hipóteses, consulte primeiro o veterinário.

Um estilo de vida ativo ajuda o cão a manter a sua musculatura bem desenvolvida, e apta a sustentar bem as articulações. Mas cuidado, pois certos exercícios (como saltos, por exemplo) causam altos impactos para as articulações, podendo ser mais prejudiciais do que benéficos.

Por fim… Problemas ósseos e articulares que aparecerem no decorrer da vida do cão – tais como fraturas, luxações, displasias, e outros, devem ser corrigidos sempre que possível. Sempre que tiver dúvidas quanto à forma como o seu cão está caminhando, leve ao veterinário, não deixe “para depois”: isso poderá fazer toda a diferença na qualidade de vida dele quando estiver velhinho.


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  1. Já pensou em tratamentos alternativos?
    Temos hoje a ozônioterapia, maravilhosa nesses casos..homeopatia, acupuntura, etc..

  2. Leia sobre o Magnésio. Estou tratando meu cachorro e ele está bem melhor.Eu mesma já estava quase sem andar e me tratei com magnésio, estou ótima.

    1. Oi Adalgisa, boa tarde! Este tratamento com magnésio me interessa bastante, tenho um cão Pastor Alemão que foi diagnosticado com artrose, ele ainda está bem, porém antes que sofra gostaria de tentar iniciar esse tratamento, vc poderia me passar um contato seu pra maiores informações? Gratidão

  3. O meu esta assim tem 13 anos mau para em pe ta magro ..mas come bem .mas faz coco deitado e xixi sem controle ..nao sei que fazer nao tenho carro pra levar no veterinario e nem grana pra pagar ..alguem me orienta

    1. Olá, Inês! Alguns veterinários fazem atendimentos a domicílio, ou podem buscar o animal na sua residência. Compreendo que a questão financeira pode estar pesando, porém você pode tentar negociar a forma de pagamento com o profissional que for atendê-la, ou procurar um médico veterinário que atenda a valores reduzidos para ONGs, por exemplo (procure uma ONG local para te ajudar neste sentido). Se o cãozinho está sofrendo, ele precisa de atendimento veterinário imediatamente.

  4. Oi Marina, poderia indicar qual o antiflamatório está utilizando. Minha grandona toma um a base de corticoide. Estou tentando trocar por outro.

  5. Ola Cristina. Como está a situação do seu cãozinho? Minha akita teve sintomas semelhantes, mas corremos no vet e conseguimos com a medicação que ela voltasse. Estou buscando uma medicação alternativa ao corticoide. Se tiver alguma dica, por favor compartilhar.

    1. Leia sobre o magnésio …é milagroso, inclusive pra câncer. Eu nem caminhava mais e hj estou ótima.

  6. Olá pessoal. Minha filha é uma akita de 8 anos. Sempre foi muito ativa. Corria, nadava, caçava. Com a idade e após um acidente que ocorreu há 3 anos ela diminui um pouco o ritmo, mas ainda gosta muito de passear. Neste ultimo ano ela começou a mancar de uma perna. Levei ela em dois veterinários. Inicialmente achamos que era consequência da doença do carrapato, que ela tratou há dois anos. Foram realizados vários exames, RX, rim, figado, pulmão, sangue. O resultado foi que ela não tem a doença do carrapato, nenhum osso quebrado, nem desgaste nos ossos. Provavelmente seja artrose. Estamos tratando com corticosteroides, mas a veterinária não indica tomar essa medicação para sempre. A proposta é trocar por outra medicação. Mas sempre eu que eu diminuo ou paro com o corticoide ela volta a mancar. Chegou até não conseguir levantar. Entretanto com o remédio ela toma muita água, e faz muita urina. Fica mais faminta, embora precise emagrecer. Alguém teria alguma indicação de outra medicação para substituir o corticoide. Obs: ela já toma vitaminas a base de condroitina e glicosamina (que eu li em alguns textos por aqui). Obrigada.

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