Cardiomiopatia significa, literalmente, doença do músculo cardíaco; e “dilatada” refere-se a um aumento de tamanho. De forma bem simplificada, cardiomiopatia dilatada é a doença do coração grande.
Existem muitos motivos possíveis para o coração de um cão ficar aumentado, como, por exemplo, a ICC esquerda, dirofilariose, insuficiência ou estenose valvar, entre outros. Mas neste caso específico, a causa principal é um enfraquecimento do músculo cardíaco. Não se sabe ao certo porque este enfraquecimento ocorre, mas algumas hipóteses tem sido sugeridas:
Deficiências nutricionais (falta dos aminoácidos taurina e/ou carnitina);
Intoxicações;
Uso de algumas drogas, como a doxorrubicina;
Doenças metabólicas, como hipotireoidismo;
Genética (algumas raças são mais predispostas, como Dobermans, Boxers, Cocker Spaniel, Labrador, Rottweiller, São Bernardo,, entre outras);
Infecções;

Um quadro típico ocorre muito em Boxers, quando vemos que o cão emagrece muito, porém permanece com um grande volume abdominal (barriga grande, inchada). O inchaço da barriga pode ser tão grande que dificulta a respiração do cão, e pode ser necessário drenar os líquidos em excesso para diminuir o desconforto.
Junto com o aumento de tamanho do coração, também são comuns as arritmias (o coração bate “fora do ritmo”), detectáveis apenas com o uso do eletrocardiograma. Estas arritmias dificultam ainda mais o bom fluxo sanguíneo, e podem causar desmaios e até mesmo a “morte súbita”, inclusive em cães que já estão em tratamento.
O médico veterinário poderá “desconfiar” da doença pelo simples histórico e exame clínico do paciente. Radiografias podem ser bem sugestivas também, mas a confirmação (“palavra final”) vem com o ecocardiograma, que consegue demonstrar com clareza não apenas o aumento das câmaras cardíacas, como também o afinamento das suas paredes. O eletrocardiograma também é bem útil para detectar eventuais arritmias, que precisam ser tratadas com prioridade quando presentes.
A cardiomiopatia dilatada tem tratamento?
É possível tratar a cardiomiopatia dilatada (CMD) com o uso de alguns medicamentos, que têm como objetivos:
Remover o excesso de líquido acumulado nos pulmões e/ou abdômen;
Dilatar os vasos sanguíneos, para facilitar o trabalho do coração;
Corrigir as arritmias;
Fortalecer os batimentos cardíacos.
O tratamento não cura a doença, e deve ser mantido pelo resto da vida do cão. Os medicamentos utilizados podem ter efeitos colaterais importantes, e por isso devem ser administrados exatamente conforme a prescrição do médico veterinário responsável. É importante que o cão seja monitorado periodicamente, pois, conforme a evolução da doença, pode ser necessário alterar doses de medicamentos, ou mesmo trocar ou adicionar princípios ativos.