Apesar do nome feio, e aparentemente politicamente incorreto, a demência senil é um problema clinicamente reconhecido, e que também pode ser chamado de “Síndrome da Disfunção Cognitiva” (SDC), ou, ainda, “Degeneração Senil do Encéfalo”.
O termo demência senil, ou Síndrome da Disfunção Cognitiva (SDC), é usado para descrever alterações comportamentais que ocorrem em cães idosos sem que haja qualquer condição médica relacionada que possa explicá-las, como infecções, neoplasias e insuciências de órgãos (renal ou hepática, por exemplo). As alterações apresentadas pelo cão podem envolver uma ou mais das seguintes categorias de problemas:
- Perda da capacidade de aprendizagem e de reconhecimento;
- Perda do adestramento;
- Desorientação;
- Mudanças no ciclo de sono-vigília (o cão pode, por exemplo, “trocar o dia pela noite”, dormir demais ou dormir muito pouco).
Na prática, o cão pode:
- Interagir menos, ou de forma diferente com o tutor;
- Deixar de reconhecer a própria família;
- Se tornar mais dependente do tutor;
- Urinar ou defecar em locais inadequados;
- Latir excessivamente, ou se irritar com facilidade;
- Gemer, “chorar”, se perder, ficar preso em um canto;
- Apresentar comportamentos destrutivos;
- Entre outros problemas…
Logicamente, nem todos os sinais acima precisam estar presentes. O cão pode, por exemplo, apresentar apenas um ou dois dos problemas listados.
O diagnóstico desta condição não é fácil, já que ele normalmente é feito por exclusão – ou seja, é preciso primeiro saber o que “não é”, para só depois ser possível saber o que “é”. As alterações de comportamento apresentadas por cães com SDC não são exclusivas desta doença, e podem ocorrer em diversas outras situações, tais como infecções por vírus (como o da cinomose), neoplasias (tumores), alterações hormonais, insuficiência renal ou hepática, traumatismos (uma queda, ou uma pancada na cabeça, por exemplo), entre outros. Considerando a potencial gravidade de várias dessas possibilidades de diagnóstico diferencial, destacamos a importância de se investigar quaisquer comportamentos anormais que o seu velhinho possa apresentar.
As causas da SDC ainda não são completamente conhecidas, mas há estudos que indicam várias semelhanças entre esta doença em cães e a Síndrome de Alzheimer em humanos. Apesar de não haver uma cura, a demência senil pode ser tratada, com melhoras em aproximadamente 77% dos cães que são medicados, dentro de 30 dias.