junho 24

Não Cometa Este Erro Comum na Alimentação do Seu Cão

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Todos os dias, você acorda, põe a comidinha no prato do seu cachorro, chama ele, e vai cuidar da sua vida… No fim do dia, ou na hora do almoço, você volta lá, e completa o potinho de novo. Se precisar. Certo? Nããão! Errado, muito errado…

Buldogue deitado sobre pote cheio de ração - alimento
Imagem: Tudo Sobre Cachorros

O que exatamente está errado na cena que descrevemos? O que está errado é que o alimento do seu animal, seja ração, ou – mais ainda – uma dieta caseira, não deve ser simplesmente “deixado” no pote “até que seja consumido”. O alimento deve ser fornecido na quantidade exata que será consumida, e o consumo deve ser imediato.

Por Que Não Deixar o Alimento no Pote?

O alimento que fica exposto no comedouro do cão está sujeito a diversos tipos de agressões físicas, químicas, e até mesmo biológicas! O contato com o ar faz com que proteínas e vitaminas importantes se desnaturem ou oxidem… Ou seja, percam o seu valor nutricional!

A umidade do ar, bem como a da própria saliva do animal que se alimentou ali, facilita o crescimento de bactérias que fermentam o alimento, tornando-o impróprio para o consumo. No caso de alimentos caseiros, o risco é ainda maior, pois há a chance de que a comida literalmente apodreça.

Outra consequência é que o alimento do cão pode se tornar um chamariz de baratas, moscas, aves, roedores e outros mamíferos. Estes animais podem carregar germes nocivos à saúde do seu cão e da sua família! Germes estes que podem causar todo tipo de enfermidade, desde infecções intestinais até doenças realmente perigosas para humanos e cães. Alguns exemplos clássicos disso são a leptospirose, transmitida por roedores, ou a criptococose, transmitida por pombos. Ao encontrar uma fonte de alimentos “que nunca seca”, estes vetores podem se estabelecer na sua casa, aumentando exponencialmente o risco de que o seu cão ou alguém da sua família adoeçam por causa disso.

Camundongos comendo no pote de cachorro
Roedores comendo no pote de cachorro.
Imagem: Stephanie Scolfield

Por fim, um último efeito colateral deste hábito nocivo é a obesidade. Ao ter alimento abundante disponível o dia todo, o cão pode passar o dia “beliscando”, e, assim, acabar consumindo mais do que deveria. Pouco a pouco, este animal engorda, e o tutor parece não entender o porquê: o seu cão come tão pouquinho de cada vez…

Quais São as Vantagens de Se Controlar os Horários da Alimentação do Cão?

Se o alimento for fornecido nas quantidades corretas e em horários regulares, o tutor passa a ter um melhor controle sobre o quanto o seu animal come. Isso ajuda a prevenir e a combater a obesidade, ao mesmo tempo em que torna mais fácil perceber se o animal não está alimentando bem.  Com isso, o tutor passa a ter um poderoso “termômetro” da saúde do seu cão!

A regularidade na alimentação também favorece a regularidade intestinal. Isso significa menos fezes, e em horários previsíveis! É menos sujeira no seu quintal, e melhor aproveitamento dos passeios para “ir ao banheiro“. Os horários regulares também ajudam a otimizar a absorção dos nutrientes e, assim, melhorar a saúde do cão. Inclusive, para cães diabéticos, uma alimentação regrada e em horários regulares é fundamental!

Em contraponto ao risco de degradação e contaminação do alimento exposto ao ar livre, se ele for fornecido apenas nos horários corretos, estará sempre fresco e limpo. Diminuímos, assim, o risco de infecções causadas por vetores e pela fermentação. Os nutrientes estarão disponíveis, contribuindo para uma ótima nutrição.

A dica então é definir os horários para que o seu cão se alimente, e jogar fora o que sobrar.

Como Calcular e Evitar o Desperdício?

Nos tempos difíceis em que nos encontramos, pode ser doloroso jogar fora um prato cheio de ração. Ou mesmo um pouquinho só. Fica aquele sentimento de desperdício: estou jogando dinheiro fora, ou pior – estou jogando comida fora.

Mas isso pode ser evitado! Basta você descobrir quanto o seu cão come! Como? é bem simples:

  1.  Defina os horários para a alimentação: No mínimo duas vezes ao dia, ou pelo menos três vezes para filhotes. Apenas uma vez ao dia não é recomendável, por diminuir o aproveitamento dos nutrientes e pelo risco de dilatação/torção gástrica em cães de grande porte. Escolha horários que sejam práticos e convenientes para você, para que seja fácil encaixar na sua rotina sem grandes adaptações. Procure seguir estes horários religiosamente.
  2. Coloque uma quantidade “x” de alimento no pote do seu cão. Se for ração, você pode usar como parâmetro a medida indicada na embalagem. Se for alimentação caseira, o seu veterinário já deve ter calculado este valor para você quando prescreveu a dieta. Use uma balança ou unidade de medida, para saber exatamente quanto está colocando. Pode ser um copo de requeijão, um pote (use sempre o mesmo), colheradas, etc.

    Pedaços de carne sobre a balança
    Use uma balança de cozinha ou outra unidade de medida (copo, colher) para saber quanto alimento colocar.
    Imagem: Gear Tech Reviews
  3. Chame o cão, e aguarde até 10 minutos. O cão pode ter quatro reações possíveis:
    • Não vem. Ele está acostumado a comer “quando dá vontade”. Descarte o alimento ao final do prazo de 10 minutos, e sirva novamente no próximo horário. Ele estará com fome, e virá. Pode parecer cruel, mas é necessário para ele aprender o novo “esquema” – dificilmente os cães pulam mais do que uma ou duas refeições neste processo de aprendizado (se ele for surdo, cego, ou tiver SDC, certifique-se de que ele sabe que o alimento foi servido e onde ele está);
    • Come tudo rapidamente, e continua cheirando o pote ao final da refeição: você colocou pouca comida, ele está com fome. Coloque um pouco mais, e, na próxima refeição, ajuste a quantidade.
    • Come tudo, e sai, contente. É o ideal, exatamente o que estamos buscando. Mantenha esta quantidade nas refeições seguintes.
    • Come apenas uma parte do alimento, e vai embora. Você colocou demais, descarte o resto e coloque menos da próxima vez. Isso pode ser também reflexo do hábito de comer “beliscando”, por isso continue observando nas refeições seguintes até encontrar a porção “ideal”.
  4. O período de ajuste da ração para um cão adulto ou idoso leva aproximadamente uma semana. Neste período, fique de olho na reação do seu cão em todas as refeições, e faça os ajustes necessários. Você conseguirá encontrar um “padrão”, que poderá manter nas refeições seguintes, sem desperdício e sem deixar o seu cão com fome. Lembre-se de que filhotes precisam de ajustes periódicos até atingirem a fase adulta, pois estão em crescimento.

Pronto! É fácil, prático, e vai fazer bem para o seu cão (e para o seu bolso)!

Cuidado Também Com o Armazenamento

Não adianta nada controlar o horário da alimentação do seu cachorro, se a comida dele estiver mal armazenada. Alimentos caseiros devem ser mantidos, obviamente, sob refrigeração ou congelados até o momento do consumo. Já as rações, em potes hermeticamente fechados.

Guardar a ração dentro do saco aberto, em potes mal fechados, ou com tampas fáceis de abrir (como lixeiras), é pedir para as pragas fazerem a festa com a comida do seu animal. Roedores furam sacos de ração ou entram por cima, além de conseguirem passar por buracos minúsculos (não adianta fechar com um grampo ou elástico). As baratas também não têm dificuldade para passar através de aberturas quase invisíveis.

Cão olhando caixa de ração com baratas
Caixa de ração com baratas.
Imagem: Defesa Animal MG

Um saco de ração colocado diretamente no chão, além de tudo, fica sujeito à umidade e à degradação dos seus componentes. Por isso, cuide bem do alimento do seu cão! Se já não tiver em casa, compre um pote resistente e com bom fechamento para guardar a ração, num tamanho que seja proporcional ao pacote que você costuma comprar. Para um saco de 15 Kg, por exemplo, use uma caixa organizadora de 50 litros. Evite também comprar pacotes que sejam muito grandes para o seu cão, para que a ração esteja sempre fresca. Uma boa duração para um pacote de ração bem armazenada é de cerca de um mês. Ainda que os pacotes maiores sejam proporcionalmente mais baratos, se o seu cão for pequeno, compre pacotes menores: vale a economia da conta no veterinário, não? 😉

Por último mas não menos importante, evite comprar rações à granel. Elas ficam expostas a todos esses problemas que nós já falamos, além de milhares de mãozinhas humanas curiosas e sujas que adoram dar uma “mergulhadinha” na ração que está à venda. Compre apenas rações em pacotes fechados ou fracionados (quando a loja fraciona pacotes maiores de ração e vende em embalagens menores, fechadas).  Assim, você garante a qualidade do alimento que dá ao seu cão!


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